Ponto de Mira
“Mas ainda que se passem cem anos surgirá o momento da identidade entre a poesia e a vida."
(Max Martins)
I
Crucifixo um óvulo de língua
entre a flecha e o ponto de mira.
Remendo uma seda de azedume
(em cópula voraz)
e mergulho no ritual de acasalamento
dos indóceis jasmins.
II
Sou: apêndice e limo de ovário,
libidinagem de puta
quando fisga esperma
e sendo triste equinócio
com esporão em riste
esnobo a cínica sarjeta.
III
Ai! O mormaço
mantido em um receptáculo
(em gozo violento, mas eficiente)
insemina borne de revolta...
IV
Mão armada, até onde?
O mainel provido de sadismo
é a inusitada armadura
que dilacera os velames
das nádegas em flexão...
V
Embora substantivo ingênuo,
o fóssil do acaso em pranto
acudir-me-á como inautêntica
vestudez no abismo.
VI
Argh!
Às vezes me finjo de algum atirador,
apenas para açular nudez
à frágil lição da flecha.
© Benny Franklin
Fotografia: Anos de Chumbo by Ana Mokarzel
Sua palavra sempre em movimento, deslizando sobre a supefície das coisas vivas.
como disse Bataille - A literatura pe o essencial ou não é nada.
Aqui vc acerta na mira e quase subverte certezas não fosse a foto do Lamarca;))
Mais um primor de poema , para deleite da mira de quem ama a poesia . Minha luneta fixou mira nos versos e viajei pela balística poética ...
Um abraço !!
O momento é agora, Benny... Poesia e vida: No alvo.
Abraço.
suas poesias são um verdadeiro orgasmo poetico!!!
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