Como um velho corvo-comum



Teço poesias
[com fios do rebuço 
de olhares 
em tramas]
como

uma
arma[ção] entrincheirada superlotada de veleidades desmesuradas
que
a[r]ma
e

glorifica, em berro espiralado,

o pool
astronômico dos
sacrifícios sós: lá,
onde

as marginalidades insossas
não se aquietam
sobre

as f[l]endas que
esplendem, salgam
e
postergam
o condomínio filetado das
valas-comuns
do medo;

lá, onde,

as poesias verdes fritas
estão no frêmito das escamas
sensuais,

onde

os corvos, do contra, corvejam, crocitam,
e gozam,

portanto, sempre mais do
que

eu.


Imagem by NãoSouEuéaOutra

Murmúrios ondeados

Fotografia by Tchello d'Barros


À José Maria de Vilar Ferreira. Poeta que me ajudou a tirar a inocência dos olhos.


O mistério do silêncio simulado
ri-se da cintilação dos murmúrios ondeados.

O tempo emprestou-lhe a constância
das sépias disfarçadas que vieram presas
nas rêmoras fragmentadas

da menstruação
das brisas.

Ah!, que surpresa me faz a esperança
das Buganvílias?

Os segredos espantosíssimos no limiar
se entregam estalando ao fogo

murmurando

a dureza pasmada
de centenas de fantasmas
que lavram

o poema
que eu não posso.

Ah!, onde fincar os gemidos descartados
senão nos peraus aparados
de olhos tombados?

Onde senão nos crepúsculos submergidos
de palavras ausentes?

100 MIL POETAS & MÚSICOS POR MUDANÇAS


CHAMADA GERAL

Dia 29 de Setembro, o "Evento da Amazônia" de "100 MIL POETAS & MÚSICOS POR MUDANÇAS” [parte integrante de "100 Thousand Poets For Change", onde mais de 700 eventos em mais 115 países estarão, simultaneamente, celebrando paz, sustentabilidade, política e mudança social] será o de Belém. 

Isso vai mudar a forma como vemos a nossa comunidade local e da comunidade global. 

Vamos inundar a Metrópole do Norte com poesias & músicas. 

Essa emocionante celebração será um marco do novo tempo que vive a cultura amazônica.

Tema: "Fazer da Paz um Verbo".

Símbolo:"Sumaumeira do Hangar".


Local: Está sendo negociado com o Hangar , o "entorno da Sumaumeira".


Início: 17:00 horas


Poetas & músicos, juntem-se a nós!

Vamos que vamos!

Contato:
091 8154 3219


Poema para mim mesmo

Fotografia By Lee Jeffreis

I
Congratulações a mim mesmo.

Mesmo que o sol em represália à minha gala elétrica
não economize seus sopros de morte e, egoísta,
me roube o solstício do possível;
Mesmo que o cristal capte-me um gozo impiedoso 
e me desnude para o asco da idade,
eu celebro a mim mesmo.

II
Cumprimentos a mim mesmo.

Aos amigos [de sempre]
que [ainda] teimam em me ver como um verme malevolamente entrincheirado,
as gratidões da amnésia,
as nervuras dos atos da expiação,
os códigos dos sonhos vindouros.
Aos inimigos [de sempre]
que [ainda] teimam em desfraldar bandeiras brancas
somente pelo clímax de brindarem a perda,
as paixões do sacrifício,
as turgescências do orvalho épico,
os espinhos supremos da desforra.

III
Felicitações a mim mesmo.

Hoje eu comemoro
os masturbes dos olhos que me guiam à dimensão cósmica.
Hoje eu brindo
os reclames e as sofreguidões dos meus especiosos orgasmos.
Hoje eu poeto e poeto a mim mesmo,
pois sou compassivo, pó de estrela blindando o ego,
um fósforo órfico com o brilho de milhões de cometas.
Hoje eu festejo
o corvo que sou, porque ao festejar o que sou
fosse como se houvesse denunciado a aurora assoberbada
e suas fumaças desumanas; essa, cínica imoralidade;
essas, poesias sem galas.

IV
Parabéns a mim mesmo.

Ai de mim,
que sou castigado entusiástica e irrestritamente
pelos antepastos baldios.
Ai de mim,
que gostaria de ter nascido como as orquídeas selvagens.
Ai de mim,
que sou um voo sem volta;
um vestígio envenenado que prefere morrer em silêncio amortecido
do que ficar em lágrimas talhadas.
Ai de mim,
que não sou eu.

© 2012 Benny C Franklin

Movimentos de mim

Fotografia by Lee Jeffries

"Poesia é apenas a evidência de vida.
Se sua vida está queimando bem, a poesia é apenas a cinza."
[Leonard Cohen]


I
Hoje
que me como por todos os retropassos
estou sordidamente ambulante.

Hoje
que sou livre por engano
faço-me falta e meu recôndito segredo
perdeu-se no oceano.

Hoje
que alcei o cigarro e acendi a cruz
debandei minha solidão diatópica
e minha gordura redundante
mais doidivana.

II
Hoje
que voei aos meus cometas atemporais
e temporais
permaneci utópico, seco;
mirei nos meus orvalhos extravagantes
e fui algemado;
cozi os meus estômagos dourados
e fiquei faminto, cru.

III
Hoje
que me sorvo por todos os cachos
estou crucifixadamente nativivente.

Hoje
que quero ir ter comigo
não me vou esquartejar,
sou quem eu não tinha.

Hoje
que quero ir ao nirvana
observar movimentos de mim,
não me quero mais
como miséria da poesia.

[Benny Franklin]


* Mídias Sociais

* Blogs Poéticos

Réquiem para meu Pai

Fotógrafo selecionado para o 27º Salão Arte ParáO salão é um dos mais representativos do Brasil.


[Orquídea Selvagem]


I - O tempo, Pai,
esse foge [tragicamente] da vida
num saudar de lágrimas talhadas.
Céu a céu
eu tenho te caçado
e só descansarei
quando eu puder te ver
nos aposentos ilógicos onde perdura
a lógica.


II - Com esse réquien, Pai,
o que mais quero
é dar-te um beijo.
Um beijo que descreva
a pretensão de voltar a te encontrar.
Um beijo que revigore a confiança
de jamais te deslembrar.
Um beijo que ilumine
a idéia de revê-lo novamente nalgum lugar.
Um beijo que crucifique
o sono que te levou para longe:
e não tão longe que eu não possa suportar
todo esperançoso.


III - O tempo, Pai,
esse caminha [irreversivelmente] para morte
num abraçar de metáforas retalhadas.
Voo a voo
eu tenho posto diante de ti [oh, metafisicista!]
palavras com frequências bennyanas:
Musgos com edemas beatniks
e rastros reversíveis de mim
− desses que coabitam e adolescem
ao período que copulam
apenas expiações


IV - A tua falta, Pai,
é a consumação de cada baque,
é a germinação de cada sutileza,
é o silêncio obsequioso
de cada lastro estelar,
é a valentia maquinal do orvalho
que deságua na velocidade da lágrima,
é a ejaculação, Pai,
da colheita rala;
o fugir veloz do antes-cio
que nas mãos espalmadas
fez-se um pilar do estio.

TEMOS UMA META - "100 MIL POETAS POR MUDANÇA!"




Caros Escritores & Poetas de todo o planeta, dia 24 de setembro de 2011, às 11:30 hrs, em mais de 335 cidades e 68 países de diferentes culturas e raças, serão organizados megaeventos para celebrarem / demonstrarem poesias, mudanças sociais, ambientais, políticas e abordarem as questões da Paz e da Sustentabilidade.

Este evento terá lugar em muitas cidades, ao mesmo tempo e data, ao ar livre sempre que possível, e é claro que eserá televisionado.

O site principal é: http://www.100tpc.org

Poetas do Mundo, Univo-nos!

Somos Doces Sopros do Sol.

Organismo sofismado em cacho



Náufrago.
Sem remos de faia.
Expiação.
Quisera calcular exatamente
a dívida da fuga,
como fazem sedutores comerciantes
e raparigas de programas. Poeto tamancos,
crucifixos,
ferrolho de dizeres, penetrações,
masturbação de mil tédios
que suporto com alergia
e mais estábulos,
metralhadoras.
A fuga da dívida bubuia e é falsete,
organismo sofismado em cacho.
Gala.

BENNY FRANKLIN

Poesias Verdes Fritas

Benny Franklin. Tecnologia do Blogger.
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