Arco de Pua

By Emir Bemerguy

Haste de ipê!
- Sou o torniquete que deforma o medo.
Supérflua miragem de mim mesmo a planar
num tempo disposto em lasso-pêndulo.

O ir-vir da saliva em movimento
que encabula a língua e regenera
a face-fala do mormaço
- a respirar-me.

Homens idos!
Oh! Fulcros da antemanhã vencida.
Despressurizai-vos do bolor da partida.

O penúltimo cheiro
que vos atormenta em cópula
requer a vulva-eternidade da mana-pérola.

E não é verdade
(o fêmeo fecho-éclair da aurora
manipula o aroma do silêncio e depois crucifica-se em galho...)
que o ente-soluço da palavra quebranta
ou esmorece o fogo do ás-prazer...

Ai! Confesso-vos que apenas a verdade é completa
quando a libido do olhar termina arqueada
feito trago em confinamento copulado.

- Tal a passagem e lamento da borda escamada.
- Tal o excremento do homem-pássaro que decodifica
o sol-poema com ânsia de desvirginar a roseira em broto
a cortejar-me, me engajar!

A acriançada parábola do espinho
martiriza-me.
Oh! Espírito folgazão
aqui jaza o meu corpo diluído:
corte raso e súplica talhante,
o arco de pua que fere e amola.

Ai! Por que “ter fé” e por que “duvidar”
que existe um “louco-vazio”
a (nos) confundir?

Por quê?

Longe é um Deus que não existe.
Epicentro da tempestade - é!...
Criatura nascida do nada - é!...
Lobo mofomanufaturado
que pende, goza e poeta
mas que em seguida
me enjoa.

0 Response to "Arco de Pua"

BENNY FRANKLIN

Poesias Verdes Fritas

Benny Franklin. Tecnologia do Blogger.
powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme | Blogger Templates | Credit Card Offers