No à toa em Belém
Fotografia by Sidclay Dias
Amargas faces bocas não beijam.
II
Prenhe
no além-mundo da poesia que plana
contenho a rima pura de um só
olhar
que cerceia a infertilidade da orquídea
e a branqueza estúpida dos bordéis.
À noite,
no antagonismo entre sentinela e estrela,
alfabetizo mãos inúteis da ressaca
de viver.
III
O dia? Arquiteta
o jirau metafísico
− e goza.
IV
Saídos de escoras,
putos notívagos dos bulevares sem ossos
coexistem apaixonados;
voejam pelas impotências das clausuras.
V
Enlaçados aos dogmas dos olhares
alguns puteiros com feitios de bibelôs de alpendre
e outros
como bucólicos ladrilhos
de idosas alucinações
masturbam fragmentos indóceis
e redesenham os mênstruos das poeticidades malditas;
fazem o pávulo sangue
endeusar finas genitálias de lágrimas insolúveis
na pretensão de ser
gente.
VI
Sob a frondosa sumaumeira de escápulas,
acomodo meu tesão
e aprecio o cigarro apagado,
mínguo
na relva que congemina
um astuto plano de fuga
e barbarizo insaciavelmente
a ejaculação que expectora.
VII
Pulsado
pela admirável certeza
de compreender
o céu,
bebo palavras
como um pateta
quase poeta
bebe escoras
incluso
no à toa
em
Belém.
II
Prenhe
no além-mundo da poesia que plana
contenho a rima pura de um só
olhar
que cerceia a infertilidade da orquídea
e a branqueza estúpida dos bordéis.
À noite,
no antagonismo entre sentinela e estrela,
alfabetizo mãos inúteis da ressaca
de viver.
III
O dia? Arquiteta
o jirau metafísico
− e goza.
IV
Saídos de escoras,
putos notívagos dos bulevares sem ossos
coexistem apaixonados;
voejam pelas impotências das clausuras.
V
Enlaçados aos dogmas dos olhares
alguns puteiros com feitios de bibelôs de alpendre
e outros
como bucólicos ladrilhos
de idosas alucinações
masturbam fragmentos indóceis
e redesenham os mênstruos das poeticidades malditas;
fazem o pávulo sangue
endeusar finas genitálias de lágrimas insolúveis
na pretensão de ser
gente.
VI
Sob a frondosa sumaumeira de escápulas,
acomodo meu tesão
e aprecio o cigarro apagado,
mínguo
na relva que congemina
um astuto plano de fuga
e barbarizo insaciavelmente
a ejaculação que expectora.
VII
Pulsado
pela admirável certeza
de compreender
o céu,
bebo palavras
como um pateta
quase poeta
bebe escoras
incluso
no à toa
em
Belém.
Obrigado, amigo, por me proporcionar a leitura destes belos fragmentos.
Paulo
Benny
É sempre um enorme prazer ler a sua poesia densa e explosiva.
A metáfora dos ladrilhos em serem pessoas ficou bárbaro.
Fragmentos da rotina de uma vida notívaga e inspiradora a quem tem os olhos abertos de um Poeta
Forte abraço
Benny tão querido...
Saudade dos seus escritos... Aqui estou, como sempre, com o faro aguçado para a sua visceral poesia... Encantadora!
Meu carinho sincero
imoveis a venda