Voo da Genitália
Fotografia "Hot Water" by Sidclay Dias
(Obra gentilmente autorizada pelo artista para essa postagem)
Em memória de José Saramago
(Parafraseando Antônio de Castro)
A ti, nobre embaixador do intelecto, da orgulhosa teimosia de viver,
da honesta palavra que nem sempre benefícios traz a quem as profere,
parabéns pela tua vida no momento da tua despedida. Até sempre!
I(Parafraseando Antônio de Castro)
A ti, nobre embaixador do intelecto, da orgulhosa teimosia de viver,
da honesta palavra que nem sempre benefícios traz a quem as profere,
parabéns pela tua vida no momento da tua despedida. Até sempre!
Quando a noite
(ao coito) se entrega
o poeta alça seu sagrado masculino ao céu...
Faz-se de morto... Vela o espírito do sexo...
Cria poeticamente o sândalo...
Vê que seu poema agudo intermitente
(porque cãibra precoce e alienígena)
ejacula desmedidamente gotinha de silêncio
sobre o cálido broto do cálculo:
Torna-se gosma solitária da multiplicação
dos pães ateístas - E o é!
- Mas estando a par da símile brochura
poupa-se do cru,
penteia a franja do vento
e se entrega de vez à sórdida nudez
do orvalho.
II
Oh, vida minha!
Tu és igual ao enigma do inseto.
Por ti arde no escuro
o voo da genitália masturbada,
e a quilha copulada do segredo
invade os cornos poéticos
dos fracos...
Oh! Sê, para mim, o amanhecer gorduroso...
Com flores à porfia
corro do acocho que alimenta
o poderio das agruras reconvexas,
todavia eu sei me juntar
ao sabor de reconheçer-te imêmore
qual o mormaço que cerceia
o abraço.
III
Quando o dia
(ao poeta se entrega) cala a poesia
- morna e sem fôlego -
Cios e gritos revelam-se fotografias carnívoras
cujo album não resulta nem tão cult
nem tão objeto quase
quanto o estigma do belo
(que estufa o peito em aspiral)
afinado pela cobiça de amar
o lugar-comum da irmã-lágrima,
o códice do fim-tempo,
o aplauso da pá-lavra...
Oh! Nenhuma poética seria tão beat
nem tão insana
quanto aquela que no-la faria
acossar o prepúcio do medo,
o acinte da verve.
IV
Pensar, poema, no teu despir,
despe-se o coração,
o gozo da palavra - o medo e a não-poesia:
essa abdução cruel da fome
à baila do ato
de impelir-me à boca
outras soberbas gramáticas sadomasoquistas
(as mais palatáveis...)
sobretudo as que não prosperem
em circulo.
V
Despe-se. Despe-se
a ferrugem da idade - a audácia e o torpor que se contorce:
A locução adverbial da fala
quando atravessa corpos
como faca aguçada...
Cio que fode o texto...
Elegia quando alanceia o instante...
Nojo do erro do acrobata em cacho...
Elo lustrante do cigarro que ilude...
Vulva de clímax masturbada
- Essa ave sem palavra que margeia a lança -
que ama o sândalo qual machado
que bafora seus primeiros respingos
de borra e lanternagem
ao amanhecer do primeiro escarro.
VI
Devasso:
O célere cervo
imita o glúteo ermitão da palavra;
é o nervo-álibi do coito imponderável;
o ato-falho da cópula no sacrifício.
VII
Revelação:
(Nada a temer...)
O que vos nunca cuidei a dizer com tanta seiva,
vo-lo direi, porque me vejo
já por fugir do silêncio
- Esse ódio que corta tal como o boquiabrir da língua;
o asno-estorno do cadafalso;
a afta-falação da partida;
a contramão do mano orgasmo;
o fim do fim.
© Benny Franklin
Me faltam palavras para elogiar essa delícia de poesia ...
Diria , então , que me entrego ao prazer de uma cópula de palavras ...
Ou seria o coito das metáforas ??
Abraço !
...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
TE SIGO TU BLOG
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
AFECTUOSAMENTE
BENNY FRANKLIN
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DEL FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.
José
Ramón...
Caro Poeta, só vim aqui alimentar-me.
E te dar o meu abraço.
imoveis a venda